domingo, 19 de julho de 2009



Você sabe, é sempre aquela mesma história. Garoto gosta da garota. Garota gosta de ser livre. Garoto resolve ser livre, garota passa a querer mais o garoto. Garoto resolve amar e começa a namorar. Garota fica desesperada porque descobre que não existe liberdade no final das contas, existem responsabilidades e expectativas que nós mesmo nos colocamos e que mais importante que isso, só o amor. A garota, depois de experimentar todas as bocas possíveis acha uma que tem um toque diferente e com ela pode passar mais tempo. Afinal de contas, o dono dessa boca, esse garoto (II) propõem-se a lhe ensinar a voar. E então, aos poucos a garota vai sentindo o vento gelado bater no rosto, sente que não há nenhuma parede ou objeto em sua frente, a tal suposta liberdade. Eis que então o garoto triste, após o término de seu suposto porto seguro procura onde afogar as mágoas. Passa voando por ele, a garota, que de tão feliz parece mais o sol, tamanho é seu brilho. Ele então nota que não tem como não percebê-la, como não sentir seu calor. Compreende que ela está feliz por voar, e que se ela aprendeu a voar, pode também, lhe ensinar. Ao sentir-se observada, desejada deixa de prestar atenção no vôo e quando menos espera, bate de frente em um pedaço de nuvem mais densa. Perdendo a razão e caindo, bem aos pés do garoto. Como ele sabe que é o causador de sua queda, de seus machucados, trata logo de ajudá-la a ficar em pé. Mas não percebe que isso apenas, não é suficiente. Não compreendendo a grandiosidade da questão, ele simplesmente prefere sair correndo e virar a esquina. Alguém que antes voava, agora tem que aprender a caminhar novamente. E ele sabe, que ela não conseguiria segui-lo. Acredita que ali teve a melhor das decisões, a melhor das intenções. Já que, afinal de contas, ela era o sol longe dele. Porém, novamente esse garoto erra, ao não perceber que a tarde já está se pondo e que o sol não brilharia mais. Caminhando sozinha, olhando para baixo. Derrepente ela esbarra naquele segundo garoto, que lhe mostrou como pode ser mágico voar. Não satisfeito em lhe ensinar a voar, socorrê-la e tocá-la afetuosamente. Agora ele decide que vai lhe ensinar a voar de olhos fechados, mas para que isso aconteça ela tem que aprender a lhe das as mãos. E nestes momentos, ela sente como é bom poder voar e não sentir frio com isso. Diferente dela, ele não consegue fechar totalmente os olhos, por falta de confiança nos instintos. Com medo que ela lhes leve a algum caminho não conhecido por ele. Creio, que talvez esse garoto tenha se esquecido que é da natureza do amor abrir caminhos, forçar descobertas. Vendo a resistência do garoto, ela passa a perder o interesse por voar sempre pelos mesmos caminhos. E mesmo com medo, ela sabe quem teria coragem para acompanhá–la. E para surpresa dela, ele já está pronto, com um sorriso no rosto e um desejo nas mãos para dar-lhe de presente. Enfim consegue voar de olhos fechados, claro que com a companhia impetuosa. E apesar de ser difícil nos primeiros instantes, depois ela consegue encontrar o prazer dessa força até então desconhecida. De que vale amor sem confiança? Vale mais um desejo no bolso ou um vôo de olhos fechados ?

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